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Enquanto alguns prometem perder peso, viajar pelo mundo ou sabe-se mais o quê, as metas desta coluna são mais ou menos modestas e envolvem apenas manter uma periodicidade minimamente razoável entre duas comunicações. Sumimos nas últimas semanas, mas não por falta de assunto.
Durante o ano, olhamos com algum interesse (e perplexidade) para arte gerada por inteligência artificial, como o Dall-E e Midjourney, e suas criações que transitam entre o incrível e o bizarro. Agora um grupo diz ter encontrado evidências de como esses sistemas varrem a web à procura de pinturas e ilustrações para analisar e “roubar” o estilo dos artistas.
Para provar seu ponto, o grupo mostra algumas criações do app Lensa que supostamente exibem vestígios das assinaturas dos autores dos estilos originais. Assim, um movimento que prega que AI art is theft (Arte de IA é roubo) começa a ganhar alguma força em alguns cantos das redes sociais.
A Lensa, claro, nega tudo.
A história diz que Pablo Picasso (ou T.S. Eliott ou Banksy ou Valeska Popozuda, vai saber) disse que “Bons artistas emprestam, grandes artistas roubam”. Esta coluna sabe muito bem que a busca de referências é essencial para se criar algo novo e que o remix é parte essencial da criatividade.
Dito isso: saber que um robô está copiando seu estilo realmente não é a melhor das sensações.
A OpenAI (do Dall-E) liberou o ChatGDP para testes no final do ano passado. A ferramenta pode ser definida como uma Super Alexa, capaz de sustentar conversas realmente complexas, escrever poesias e até mesmo programar em diversas linguagens diferentes (isso inclui macros do Excel, se essa for a sua praia).
Em uma conversa com a ferramenta, perguntei de onde ela tira suas informações. A resposta:
“Como sou uma IA treinada pela OpenAI, meu conhecimento é baseado em um grande conjunto de dados que inclui uma ampla variedade de textos, como livros, artigos e páginas da web. Eu fui treinada para processar e entender esses textos, o que me permite responder a perguntas e ter conversas naturais com as pessoas.”
Como se o mundo já não tivesse problemas o suficiente, robôs foram parar na linha de frente da guerra da Ucrânia e usam inteligência artificial para conquistarem seus objetivos.
Por ora, a Rússia tem usado drones kamikazes, de origem turca, para atingir seus objetivos, enquanto o lado ucraniano deve passar a contar com modelos norte-americanos em suas fileiras ainda neste trimestre.
“Acho que estamos vivendo a primeira guerra das inteligências ariticiais”, diz David Cipoletta, co-fundador da Pison, empresa que já oferece tecnologias para a Ucrânia.
Só para constar, a primeira das três leis da robótica, escrita por Isaac Asimov, dizia que “Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.” Pois é.
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