No primeiro dia do Transforma PME, profissionais de diferentes áreas conversaram sobre como as empresas passam por um momento delicado em tempos de pandemia. Assim como quem luta pela vida em um hospital, as organizações fragilizadas estão entubadas e precisam de cuidado.
Nesta fase em que, direta ou indiretamente, todos precisam ser pacientes, mesmo em picos angustiantes onde tudo é incerto, a criatividade vem como carro-chefe e é o combustível para as organizações que, assim como em outras crises, necessitam de apoio para continuar respirando.
O evento on-line contou com a mediação de Cassia Gargantini, da Gargantini Comunicação, que guiou o bate-papo sobre plano de atuação emergencial.
Luis Victor Reyes, CFO na Bruemi Gestão Empresarial, trouxe dados do Banco Mundial sobre a relevância das pequenas e médias empresas formais. De acordo com as estimativas, a importância da PME é enorme já que ela representa 90% dos negócios no mundo todo, 50% dos empregos em escala global e mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Sob essa ótica, até 2030 será necessária a criação de 600 milhões de empregos. Portanto, as PMEs serão uma prioridade. Atualmente, 7 a cada 10 empregos (70%) são de pequenas e médias empresas.
Além de trazer dados importantes, Victor ainda denotou a criatividade e o brilhantismo do Transforma PME e citou que o momento é de reflexão, onde a PME é um instrumento de verdade e transformação. Ele ressalta que chegamos em um momento que tanto o pequeno quanto o médio empresário precisam analisar as suas perspectivas. Agora, o foco é transformar a adversidade em oportunidade.É preciso considerar, de forma holística, as questões jurídicas e as novas formas de vender.
No evento, quando a pergunta foi sobre a principal fragilidade apontada para as empresas, Dilson Franca, advogado e sócio na Legieri & Franca Advogados (LFA) explicou que temos uma condição que é circunstancial, em função de tudo o que está ocorrendo, de uma economia que já estava com dificuldades para se desenvolver aliada às condições precárias que o coronavírus trouxe.
Dilson ainda explicou que, no âmbito pessoal, temos uma tendência natural em fazer um tipo de planejamento, uns mais, outros menos. Nesse sentido, as pessoas jurídicas também têm dificuldade quando o assunto é planejar. As empresas que tiveram condições de fazer um planejamento, mesmo sem receita na crise, conseguiram uma reserva financeira.
De acordo com uma pesquisa da CNN, 23% dos micro e pequenos empresários não têm nenhum conhecimento sobre as medidas legislativas publicadas pelo governo. Um fato preocupante, já que todos deveriam ter conhecimento sobre a melhor forma de tocar o negócio e saber a hora certa de pedir apoio, seja com tributos, adiamentos (de PIS, COFINS ou INSS que ajudam em meio às reduções vigentes), empréstimos ou outras medidas paliativas.
A reunião reforçou que o caminho mais aconselhável sempre é a negociação amigável e amistosa, daquelas de abrir o jogo com fornecedores e distribuidores e dizer o quanto a parceria é necessária e deve ser revista para que todos passem pela situação com o mínimo de danos possíveis. É preciso agir com sabedoria e análises técnicas para reduzir as formas de virarmos estatísticas.
Em meio a tantos dados e números, como a comunicação e a criatividade são ingredientes que não podem faltar nessa receita, Fabio Fonçati, publicitário e diretor executivo da Lampejos, destacou a importância das marcas se comunicarem com o seu público de forma transparente e o quanto as medidas financeiras e jurídicas são importantes para tocar o negócio.
O publicitário ainda reforçou que esse momento de incerteza pede por informação útil e valiosa.
É crucial que as empresas ofereçam uma posição oficial ao seu público, se adaptem às transformações que vêm acontecendo e tratem das informações que podem cuidar do time de profissionais que a integra.
Aliás, a tão falada transformação digital, que levaria anos para acontecer (como se fosse um evento futurístico marcante e inédito), está ganhando velocidade nos últimos meses. Além do plano de contingência para clientes e equipes, é preciso fazer uma revisão dos planos de comunicação: como conviver com isso e o que fazer ao se preparar para a retomada. Mais do que nunca, devemos esquecer os números do passado e nos adaptar com o cenário atual.
Recentemente, um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa & Data Analytics Croma Insights que mostra as 20 marcas mais lembradas pelos brasileiros durante a pandemia da COVID-19, reforçando que, mesmo em uma fase tão difícil, grandes empresas estão mudando as formas de comunicar e comercializar de uma forma ágil e efetiva.
É bem aquele ditado: quem está fora quer entrar, mas quem está dentro não sai. Para quem atua on-line, o novo modelo de negócio é aprimorar o atendimento. Para quem ainda estava off-line, o objetivo é mergulhar na rede que está criando novas formas de convivência e relacionamento.
Resumindo, criatividade é a palavra-chave. E por falar em resumo, acreditem: isso não é um ponto final. É um ponto e vírgula. Como quando estamos lendo e damos uma pausa maior que a habitual para voltarmos com muito mais consistência. É tempo de se reinventar.
Com tudo acontecendo abruptamente, é preciso ter calma, disciplina, respirar, firmar parcerias, arregaçar as mangas com positividade para o que está por vir e ufa! Pensar no que pode ser deixado para um segundo momento, porque nem todas as questões serão resolvidas em meio ao caos. Pequenas e médias empresas têm o dever e o poder de passar por tudo isso.
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Ah, não se preocupe!
A live continua disponível no YouTube para você dar aquela espiada, e você é nosso convidado especial para vivenciar os próximos dias de evento.