Três histórias antigas e uma nova

A relação homem-máquina e a criatividade.

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#1 Essa você deve ter aprendido na escola, mas vale um reforço: o Ludismo foi um movimento que aconteceu na Inglaterra durante o início da revolução industrial, em que operários se rebelaram contra o uso de máquinas. Geralmente eles agiam organizando protestos ou invadindo fábricas e destruindo máquinas que produziam mercadorias. Seu auge foi entre os anos de 1811 e 1816

#2 Em seu filme Metropolis, de 1927, o cineasta alemão Fritz Lang conta a história de um cientista que cria uma versão robótica de sua falecida esposa. Conforme a história se desenvolve, o robô assume a personalidade de Maria, uma revolucionária que usa seus poderes tecnológicos para levar o mundo a uma sociedade distópica. Ao fazer uma representação monstruosa da ciência, o filme alertava sobre os potenciais perigos que o mundo enfrentaria durante o século XX.

#3 O Teste de Turing, também conhecido por Jogo da Imitação, foi um experimento proposto em 1950 pelo matemático e pai da computação Allan Turing. Seu objetivo era verificar a capacidade de uma máquina em exibir comportamento inteligente “equivalente ou indistinguível de um ser humano”. Entre 1991 e 2020 aconteceu o Prêmio Loebner, competição anual que testava a capacidade de inteligências artificiais se passarem por humanas em diálogos. Nenhuma AI conseguiu vencer o teste.

A história nova é sobre Dall-E, uma inteligência artificial desenvolvida pela OpenAI que é capaz de criar imagens a partir de uma descrição por texto. Esta não é a única ferramenta capaz de realizar este tipo de tarefa. Já falamos da Midjourney, lembra?.

Antes de continuar, é bom ver um pouco do que ela é capaz: “Foto de uma torradeira em uma sacada de madeira tirada com uma Canon 5D Mark II”

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“Um foguete pilotado por ursinhos de pelúcia no estilo tradicional indiano”

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Impressionante? Sim. Mas dá pra considerar que as máquinas são um perigo imediato ao reinado da humanidade no universo da criatividade? Não.

Por ora, elas conseguem replicar estilos para produzir artes que, no máximo, podem ser consideradas “interessantes”. É de se esperar que as futuras versões sejam cada vez mais sofisticadas e entreguem resultados cada vez mais refinados, mas nenhuma inteligência artificial é capaz de usar intuição e dados subjetivos.

Ou seja, nada indica que elas sejam capazes de serem confundidas por humanos – como no teste de Turing – ou de construir alegorias sobre nossas aflições – como em Metropolis.

A criatividade continua sendo nossa e nós não precisamos ter medo das máquinas. Os ludistas podem ficar tranquilos.

Mas vale uma visita ao site da OpenAI para colocar seu nome na lista de espera para ter acesso ao Dall-E. A ferramenta ainda está em fase experimental e está sendo liberada aos poucos aos interessados.

 


 

⚡  A campanha eleitoral começou e, com ela, mais uma prova de que apesar de estar perdendo terreno, a TV aberta ainda é capaz de pautar as conversas na internet. As entrevistas com os presidenciáveis no JN que o digam.

⚡  Falando nisso, o estúdio Ana Couto realizou um interessante estudo chamado Qual o valor do Brasil como marca? e, melhor do que explicar a qualidade do trabalho, é recomendar que você clique aqui e veja por si só.

⚡  O SBT – que, a despeito da emissora, costuma ser todo moderninho na internet – lançou um site esquisitíssimo para comemorar seus 41 anos. Por enquanto o SBTVerso (corruptela de “metaverso”) conta apenas com um tour pelo o que parece ser o cenário do Programa Porta da Esperança, oferecendo NFT´s para leilão. Tem o assistente de palco Roque coberto por sangue falso e a Patrícia Abravanel vestida com um terno igual ao do pai, entre outros.


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